Trabalho sobre a beleza da humanidade.
Sempre achei belas as ruínas abandonadas que pontilham os terrenos da minha terra. Ruínas do que outrora terá sido uma casa, um abrigo. Agora, um espaço de limites abertos, conquistados pela força da natureza, nela dissolvida. Um espaço aberto, fechado para o exterior, tal esboço permanente que pede continuidade. Uma narrativa de um passado desconhecido, sem presente, com esperança de um futuro.
Vejo-me nestas ruínas. Vejo o próprio Homem nestas ruínas. Vejo um potencial sob custódia inútil, estagnado, inutilizado.
Autodestruição e fragilidade humana, (in)sustentabilidade, libertação e imposição de limites, o espaço em si, são alguns dos temas que se pode ler nas minhas obras.
Enquanto autora multidisciplinar, a minha expressão artística deriva entre os domínios da escultura e da pintura, sob um estilo predominantemente abstracto-conceptual, inspirado na realidade que me envolve, conferindo-lhe um carácter pessoal e crítico em relação ao meu quotidiano.
Um traço distintivo do meu trabalho, pela escolha de materiais, é o confronto entre a naturalidade da vida e a frieza da industrialização, entendida como não-vida, originada pelas próprias necessidades humanas.
Quando crio, penso nas ruínas - as ruínas ainda existirão quando eu não.
No fundo, trabalho sobre a beleza da inutilidade, transformando o efêmero numa obra duradoura.
Jessica Guerreiro
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